O ex-refém Russo-Israelense Ron Krivoi em entrevista ao Canal 12 de Notícias de Israel (Foto: Captura de tela)
O ex-refém Russo-Israelense, Ron Krivoi, falou publicamente pela primeira vez na sexta-feira sobre seu terrível cativeiro em Gaza, controlada pelo Hamas. Krivoi, que trabalhava como técnico de som no Nova Music Festival em 7 de outubro de 2023, foi brutalmente sequestrado por terroristas do Hamas que massacraram centenas de civis Israelenses, em sua maioria jovens, que se reuniram para curtir música e dançar naquele dia.
“Como pessoa, sou um homem tranquilo, vivo minha vida. É por isso que não dei entrevistas, apenas continuei minha vida como era antes – foi isso que pedi, voltar à minha vida”, disse Krivoi em entrevista ao Canal 12 de Notícias de Israel. Ele lembrou que civis de Gaza o atacaram e o levaram de volta ao Hamas depois de ter escapado temporariamente dos terroristas em Gaza.
“Quando eu estava sozinho, ninguém me via. Quando alguém me viu, isso acabou mal. As pessoas que me capturaram me espancaram. Não foi fácil. Passei por muita coisa lá... Quando me capturaram e me trouxeram de volta, as pessoas que me espancaram eram Gazenses comuns que descarregaram toda a sua frustração em mim”, disse ele.
Krivoi foi libertado do cativeiro durante o primeiro acordo de reféns em novembro de 2023.
Após seu retorno a Israel, sua tia, Yelena Magid, revelou que Krivoi havia se escondido sozinho por quatro dias em Gaza antes de ser capturado por apoiadores do Hamas.
“Ele conseguiu escapar e se escondeu sozinho por quatro dias. Tentou chegar à fronteira. No final, os habitantes de Gaza o capturaram e o devolveram aos terroristas”, ela disse na época.
Krivoi enfatizou que os túneis subterrâneos do Hamas eram um pesadelo claustrofóbico inimaginável para os reféns.
“Não são os túneis que você vê nas fotos. Estávamos em um lugar muito pequeno, bem no subsolo. Não havia nem piso – estávamos na areia e os colchões estavam todos mofados. Estávamos dentro de uma jaula muito, muito pequena. Sinceramente, tinha cerca de um metro e meio por um metro e meio, e tínhamos que nos deitar e descansar lá dentro – não dava para ficar em pé. Sem altura, sem banheiros, sem comida. Éramos cinco pessoas, comíamos um prato pequeno com um pouco de comida enlatada e um pão pita que dividíamos entre nós. Fiquei lá por 51 dias e perdi nove quilos de peso “, lembrou Krivoi.
“Isso é algo que, mesmo que uma pessoa tente imaginar, nunca será capaz de entender verdadeiramente como é lá embaixo”, ele enfatizou.
Krivoi disse que passou muito tempo com seu companheiro de cativeiro, Matan Angrest, que estava “completamente aterrorizado”. Angrest é um soldado das Forças de Defesa de Israel que foi gravemente ferido e sequestrado por terroristas do Hamas em território Israelense próximo à fronteira com Gaza na manhã dos ataques de 7 de outubro.
“Os interrogatórios que ele passou aconteceram enquanto ainda estava em território Israelense – foi lá que tudo começou. Eles já o conectaram a uma bateria de carro no caminho e tentaram reanimá-lo. Usando baterias de carro, eles o eletrocutaram”, revelou Krivoi. ” Eles não conseguiram interrogá-lo. Ele provavelmente nem estava em condições de falar porque estava gravemente ferido. Seus ferimentos eram muito graves.”
Krivoi acredita que sua cidadania russa desempenhou um papel central em sua libertação do cativeiro nos estágios iniciais das negociações entre Israel e o grupo terrorista.
“Eu sei que, se não tivesse cidadania Russa, ainda poderia estar naquele túnel com Matan até hoje. Estou aqui por um milagre. Foi Putin quem me trouxe para casa. Se não fosse por ele, eu não estaria aqui hoje”, avaliou Krivoi. Embora tenha nascido em Israel, sua família emigrou da Rússia para o Estado Judaico.
No início de março, o Hamas divulgou um vídeo de propaganda apresentando Angrest.
A família de Angrest respondeu ao vídeo, afirmando que ele está “passando por um tormento infernal, interrogatórios torturantes e sendo mantido em condições desumanas”.