O Primeiro-Ministro Israelense, Benjamin Netanyahu, chega à sala de audiências do Tribunal Distrital em Tel Aviv, antes do início de seu depoimento no julgamento contra ele, em 6 de maio de 2025. (Foto: Flash 90)
Na noite de quarta-feira, o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu abordou a questão do número de reféns vivos em Gaza, após os comentários do Presidente dos EUA, Donald Trump, sobre os reféns na terça-feira.
“Sabemos com certeza que há 21 vivos. Não há debate sobre isso”, disse Netanyahu em um vídeo compartilhado em suas contas pessoais de mídia social.
“Há mais três que, infelizmente, estão em dúvida se estão vivos”, continuou Netanyahu.
“E, portanto, o que dizemos com certeza em 21, é que não estamos desistindo de ninguém", enfatizou o primeiro-ministro, "Nem dos três restantes, nem dos outros, de todos os outros. Queremos trazer todos para casa”.
Os comentários de Netanyahu foram feitos apenas um dia depois que o Presidente Trump chocou muitas famílias de reféns ao dizer que apenas 21 reféns permanecem vivos, quando o número oficial de Israel era 24.
As observações de Trump foram feitas em resposta a uma pergunta de repórteres na Casa Branca, onde ele abordou a situação em Gaza.
Um repórter perguntou a Trump sobre Gaza após o anúncio de Israel de uma nova operação militar com o objetivo de assumir o controle da maior parte da Faixa.
“Bem, fomos bem devagar, porque queremos tentar salvar o maior número possível de reféns, e fizemos um bom trabalho nesse sentido”, declarou Trump.
Trump descreveu como um dos reféns que o visitou na Casa Branca lhe disse que ainda há 59 reféns em Gaza, ao que ele respondeu: “‘Uau, isso é mais do que eu pensava’. Eles disseram: 'Bem, apenas 24 estão vivos'”.
Trump continuou: “Mas agora são 21. Isso foi há uma semana. Agora são 21 que estão vivos.”
Após as declarações de Trump, Gal Hirsch, coordenador governamental do Hostages and Missing Families Forum, contestou a declaração de Trump no 𝕏.
“A organização terrorista Hamas está atualmente mantendo 59 reféns”, escreveu Hirsch. “24 deles estão na lista de reféns vivos. 35 deles estão na lista de vítimas de sequestro, com suas mortes oficialmente confirmadas.”
As observações de Netanyahu ocorrem em meio a relatos de novos esforços de mediação para garantir a libertação dos reféns. Na terça-feira, uma fonte Egípcia informou que o Cairo havia recebido uma nova proposta Americana para um acordo de cessar-fogo e dos reféns.
A agência de notícias Saudita Al-Arabiya também relatou, na quarta-feira, conversas de mediadores sobre uma nova proposta, dizendo que os EUA esperam ter um acordo pronto antes da visita do Presidente Trump ao Oriente Médio na próxima semana.
O Presidente Trump pareceu indicar esforços para uma nova proposta em comentários adicionais que ele fez na quarta-feira, dizendo: “Há muita conversa acontecendo sobre Gaza agora... Vocês saberão provavelmente nas próximas 24 horas”.
O site de notícias de Israel, Haaretz, causou outro alvoroço na quarta-feira, quando publicou uma reportagem sobre um documento militar que delineava os planos para a nova ofensiva em Gaza. No documento, o Haaretz disse que a IDF havia classificado a devolução dos reféns como o menos importante de vários objetivos.
De acordo com o Haaretz, o documento listou os seguintes objetivos em aparente ordem de importância:
Derrotar o Hamas;
Obter controle operacional sobre Gaza
Desmilitarizar o enclave
Eliminar os alvos do governo do Hamas
Retirar a população civil do território controlado pelo Hamas
Devolver os reféns
Embora as IDF não tenham respondido imediatamente à reportagem do Haaretz, na segunda-feira, o porta-voz das IDF, General Effie Defrin, disse que a devolução dos reféns é o objetivo mais importante das forças armadas, seguido pela derrota do Hamas.
