O primeiro-ministro Israelense Benjamin Netanyahu fala na conferência da Jewish News Syndicate em Jerusalém, em 27 de abril de 2025. Foto de Yonatan Sindel/Flash90
Após a confirmação de que a organização terrorista Hamas na segunda-feira libertaria o soldado das IDF que foi sequestrado, Edan Alexander, o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu enfatizou que Israel não daria nada em troca a Haas, apesar dos relatos de que um cessar-fogo temporário havia sido declarado por volta do meio-dia.
“A esperada libertação do soldado Edan Alexander, das Forças de Defesa de Israel, sem nada em troca, será possível graças à política vigorosa que temos conduzido com o apoio do presidente Trump e graças à pressão militar dos soldados das Forças de Defesa de Israel na Faixa de Gaza”, declarou o Gabinete do Primeiro-Ministro (PMO) na manhã de segunda-feira.
“Israel não se comprometeu com nenhum tipo de cessar-fogo ou com a libertação de terroristas, mas apenas com um corredor seguro que permita a libertação de Edan”, acrescentou o comunicado.
No entanto, de acordo com a Rádio do Exército, isso incluirá a limitação dos voos de drones Israelenses sobre a Faixa de Gaza e um cessar-fogo temporário a partir do meio-dia, incluindo ataques aéreos, para permitir a libertação segura de Alexander, cidadão com dupla nacionalidade Americana e Israelense.
Apesar da libertação de Alexander, a ofensiva em grande escala planejada por Israel, “Operação Carruagens de Gideão”, continuará após a visita de Trump ao Oriente Médio esta semana, disse uma autoridade Israelense ao Channel 12 News.
“O Hamas jogou sua única carta na mesa para tentar impedir a 'Operação Carruagens de Gideão' – Edan Alexander – e está fazendo isso sob o pretexto da visita de Trump. Os planos de Israel não mudaram. Se não houver disposição para libertar outros reféns nos próximos dias, daremos início à 'Operação Carruagens de Gideão'”.
No domingo à noite, o Hamas anunciou que libertaria Alexander como parte de seus esforços “para apoiar o cessar-fogo, a abertura das passagens e a entrada de ajuda”, de acordo com um comunicado.
Um membro sênior do Hamas disse à Associated Press que, após cinco dias de negociações com o Egito e o Qatar, além de discussões com representantes dos EUA, o Hamas aceitou o conselho dos mediadores de “dar um presente ao Presidente dos EUA, Donald Trump, e receber um presente ainda melhor em troca”.
De acordo com essa fonte, o Hamas decidiu libertar Alexander e, em troca, Trump poderá anunciar posteriormente “o fim da guerra, o fluxo de ajuda e um acordo sobre os reféns”.
Um representante da Casa Branca, o enviado Steve Witkoff, se reuniu diretamente com autoridades do Hamas no Qatar no último fim de semana, para negociar a libertação de Alexander, segundo relatos da Arábia Saudita.
O fato de Israel não ter participado das negociações foi duramente criticado por líderes da oposição.
De acordo com o comunicado do Gabinete do Primeiro-Ministro na noite de domingo, os EUA “informaram Israel sobre a intenção do Hamas” de libertar Alexander. O comunicado acrescentou que “isso deve levar a negociações para a libertação dos reféns, conforme o acordo original de Witkoff, que Israel já aceitou”.
O líder da oposição Yair Lapid (partido Yesh Atid) chamou os relatos sobre os contatos diretos entre o Hamas e os Estados Unidos de “uma vergonhosa falha diplomática do governo de Israel e de seu líder”.
“Os sequestrados são nossos, e a responsabilidade pelo seu retorno é do governo. Nossos corações estão com as famílias”, acrescentou Lapid.
Benny Gantz, presidente do partido Unidade Nacional, escreveu no 𝕏: “O coração se enche de expectativa pela iminente volta de Edan — o estômago revira ao ver como o governo Israelense carece de iniciativa e responsabilidade”.
“Todos os 59 sequestrados são cidadãos Israelenses e a responsabilidade de trazê-los de volta é nossa. É hora de o Primeiro-Ministro cumprir essa responsabilidade”.