Soldados Libaneses protegem a área onde um SUV teria sido atingido por um ataque Israelense em Ghaziyeh, perto da cidade portuária de Sidon, no sul do país. (Foto: Reuters)
Sem muito alarde ou atenção da mídia internacional, Israel tem caçado agressivamente as ameaças terroristas no Líbano nas últimas semanas, atacando terroristas afiliados ao Hezbollah, ao Hamas e a outros grupos hostis que, segundo o governo, agiram contra os termos do cessar-fogo.
Na terça-feira, um ataque Israelense matou o Sheikh Hussein Atwi, membro sênior da organização sunita Al-Jama'a al-Islamiya, que está intimamente ligada ao Hamas e participou ativamente dos combates contra Israel durante a guerra.
O ataque foi incomum, pois o carro de Atwi foi atingido perto do vilarejo de Baawerta, a menos de 10 quilômetros (6 milhas) dos arredores de Beirute. A maioria dos ataques de Israel nas últimas semanas atingiu alvos no sul do Líbano.
Atwi teria sido alvo de Israel há vários meses, mas sobreviveu a um primeiro ataque. Ele era um líder sênior das Forças Fajr, o braço militar do grupo al-Jama'a al-Islamiya, que é ideologicamente próximo da Irmandade Muçulmana e do Hamas.
O ataque de terça-feira encerrou uma semana em que as IDF realizaram pelo menos dois ataques por dia no Líbano, com exceção da segunda-feira.
No domingo, as IDF disseram que atingiram “vários lançadores e um local de infraestrutura militar” na área de Nabatiyeh, e eliminaram Hussein Ali Nasr, vice-chefe da Unidade 4400 do Hezbollah, bem como seu chefe de engenharia na cidade de Odaisseh.
Nasr “colaborou com agentes Iranianos para facilitar a transferência de armas e fundos para o Líbano, inclusive através do Aeroporto Internacional de Beirute”, disse a IDF.
Nasr era responsável pelo contrabando de armas e dinheiro para o Líbano como parte da reconstrução e do fortalecimento militar do Hezbollah. Ele trabalhou em cooperação com a Força Quds do Irã para contrabandear armas, inclusive através do aeroporto de Beirute. Ele também trabalhou para realizar transações de compra de armas e contrabandeá-las pela fronteira com a Síria.
Nasr estava em contato com funcionários do aeroporto que ajudavam secretamente no contrabando. Recentemente, cerca de 30 funcionários do aeroporto de Beirute (transportadores de carga etc.) foram suspensos de seus cargos por ajudarem o Hezbollah.
Na imagem anexa, é possível ver o local de sua eliminação e a identificação do terminal do aeroporto internacional em Bagdá, onde ele foi fotografado em uma de suas viagens fora do Líbano, possivelmente como parte de suas funções e/ou como parte de uma peregrinação religiosa a um dos locais Xiitas no Iraque.
Na sexta-feira, um ataque Israelense perto de Sidon matou Muhammad Jaafar Abdallah, responsável pela implantação dos sistemas de comunicação do Hezbollah em todo o Líbano, e outro ataque matou um terrorista não identificado do Hezbollah na área de Ayta al-Sha'ab.
De acordo com o Israeli Alma Research Center, um think tank de segurança com foco no Norte, o aumento dos ataques aéreos foi causado por "incidentes de disparos do Líbano contra Israel em dezembro de 2024 e março de 2025".
De acordo com sua análise, Israel realizou 313 ataques aéreos no Líbano desde o início do cessar-fogo no final de novembro. “46% ocorreram na área ao sul do rio Litani, onde o Hezbollah continua a se envolver em atividades significativas, incluindo esforços de reconstrução, reorganização, fortalecimento de suas capacidades e renovação da prontidão operacional contra Israel.”
“Aproximadamente 53% dos ataques aéreos foram realizados ao norte do Litani e na região de Beqaa, tendo como alvo as tentativas de restaurar a infraestrutura, o transporte e o contrabando de armamentos”, escreveu o centro.
Em reação ao acúmulo de ataques Israelenses nos últimos dias, o presidente do parlamento Libanês, Nabih Berri, ligou na segunda-feira para o novo Comandante das Forças Armadas Libanesas, General Rudolph Haykal, para receber uma atualização sobre as ações de Israel.
Uma análise dos ataques aéreos Israelenses no Líbano de 27 de novembro de 2024 (o início do cessar-fogo) até 18 de abril de 2025, mostra que dos 313 ataques aéreos, 46% ocorreram na área ao sul do rio Litani, onde o Hezbollah continua a se envolver em atividades significativas, incluindo esforços de reconstrução, reorganização, fortalecimento de suas capacidades e renovação da prontidão operacional contra #Israel.
Aproximadamente 53% dos ataques aéreos foram realizados ao norte do Litani e na região de Beqaa, tendo como alvo as tentativas de restaurar a infraestrutura, o transporte e o contrabando de armamentos.
Incidentes de disparos do #Líbano contra Israel em dezembro de 2024 e março de 2025 levaram a um aumento nos ataques aéreos de Israel em resposta a essas violações. israel-alma.org
Berri, que é aliado do Hezbollah, chamou os ataques de Israel de uma tentativa flagrante de interromper o compromisso sério do Líbano com o cessar-fogo, argumentando que ele implementou seu lado do acordo enquanto Israel continua a violar a soberania do Líbano e as decisões do direito internacional.
De acordo com os termos do cessar-fogo, o Hezbollah deveria retirar completamente sua presença do sul do Líbano e iniciar um processo de desarmamento, o que não ocorreu até o momento.
Israel deveria se retirar do território Libanês, mas manteve forças em cinco colinas estrategicamente importantes ao longo da fronteira para garantir a segurança dos residentes Israelenses que retornam às suas casa, nas áreas de fronteira.