Manifestantes protestam em frente à residência oficial do Primeiro-Ministro em Jerusalém, em 8 de janeiro de 2025, depois que a IDF recuperou o corpo do refém Youssef Ziyadne de um túnel na Faixa de Gaza. Foto de Chaim Goldberg/Flash90
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, indicou que o governo Biden está “entregando” algumas de suas iniciativas de política externa que não conseguiu concluir antes do final do mandato do presidente Joe Biden, incluindo o acordo de cessar-fogo para a libertação de reféns em Gaza.
“Acredito que, área após área, estamos entregando, em alguns casos, coisas que não conseguimos concluir, mas que criam oportunidades reais de fazer as coisas avançarem de uma maneira melhor”, disse Blinken em resposta a uma pergunta de Michael Birnbaum, do Washington Post, sobre o legado do governo Biden.
“No Oriente Médio, estamos muito próximos de um acordo de cessar-fogo e sobre reféns”, comentou Blinken. “Espero que consigamos concluir o acordo no tempo que nos resta, mas se não conseguirmos, o plano que o presidente Biden apresentou para um acordo de cessar-fogo e sobre reféns será entregue ao novo governo. E acredito que quando conseguirmos esse acordo - e vamos conseguir - será com base no plano que o presidente Biden apresentou ao mundo em maio.”
Blinken também disse que a equipe de Biden trabalhou extensivamente nos preparativos para o “plano do dia seguinte” para a Faixa de Gaza quando a guerra entre Israel e a organização terrorista Hamas terminar.
“Fizemos um trabalho incrível sobre o que se segue a um acordo de refém e cessar-fogo em termos das providências necessárias para a segurança de Gaza, sua administração, sua reconstrução - um plano para o dia seguinte.”
Por fim, Blinken falou sobre os esforços do governo para ajudar a promover a normalização entre Israel e o Reino Saudita:
"E, de forma mais ampla, o trabalho, o investimento que fizemos em acordos transformadores para o Oriente Médio, começando com a normalização das relações entre a Arábia Saudita e Israel, tudo isso está pronto para ser usado se a oportunidade se apresentar com um cessar-fogo em Gaza, bem como entendimentos sobre um caminho a seguir para os Palestinos. Portanto, há uma tremenda oportunidade aí”, disse ele.
Na terça-feira, após a divulgação de um relatório da emissora pública Kan 11 documentando a posição de Israel nas negociações em Doha, no Qatar, uma autoridade israelense disse ao Times of Israel que não houve avanços significativos nas negociações.
Kan relatou o documento em hebraico afirmando que ele foi apresentado ao gabinete governamental limitado, mas não havia sido divulgado anteriormente ao público.
O documento afirma que o objetivo das negociações é garantir “a libertação de todos os reféns Israelenses mantidos na Faixa de Gaza, civis e soldados, vivos ou não, de todo o período, em troca de um número acordado de prisioneiros Palestinos mantidos em prisões Israelenses, e a restauração de uma calma duradoura que levará a um cessar-fogo permanente, a retirada das forças Israelenses da Faixa de Gaza e a reconstrução da Faixa de Gaza”.
Embora o documento pareça indicar a disposição de Israel de abandonar o Corredor de Netzarim como parte das condições para a libertação dos reféns, ele indica que Israel exigiu um mecanismo para impedir que os terroristas do Hamas se desloquem para o norte durante o cessar-fogo.
O documento exige a libertação de três reféns Israelenses do sexo feminino no primeiro dia do cessar-fogo, mais quatro no sétimo dia e mais três reféns a cada sete dias até que todos os reféns sejam libertados.
Em troca, Israel concordará em libertar vários prisioneiros de segurança Palestinos e aumentar a ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.
Não houve confirmação oficial do governo com relação à autenticidade do documento, no entanto, ele parece estar alinhado com os vazamentos revelados anteriormente.
A autoridade que falou com o Times of Israel disse que não há base para os rumores de que Israel concordou em dar ao Hamas um curto cessar-fogo para determinar a condição dos reféns, chamando-os de “notícias falsas”.
A autoridade também disse que o governo Israelense saúda a chegada do enviado especial do presidente eleito Donald Trump, Steve Witkoff, ao Oriente Médio, acrescentando: “Mais pressão sobre o Hamas é sempre bem-vinda”.
