Soldados Israelenses em Meiss El Jabal, sul do Líbano, 10 de fevereiro de 2025. Foto de Oren Cohen/Flash90
O governo Trump quer que Israel se retire completamente do sul do Líbano até o prazo final de 18 de fevereiro, apesar dos pedidos Israelenses por outra prorrogação, disse uma autoridade dos EUA ao Times of Israel.
Na segunda-feira, o governo Israelense pediu por uma segunda extensão do prazo de retirada, que foi originalmente definido para expirar em 26 de janeiro, mas esse pedido não será aprovado, acrescentou o funcionário.
Outro relatório do Channel 12 News na terça-feira disse que o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, transmitiu esse pedido ao Presidente dos EUA, Donald Trump, mas, aparentemente, sem sucesso.
A reportagem diz que Israel está particularmente interessado em manter a presença das IDF em cinco locais estratégicos ao longo da fronteira, para ajudar a manter uma zona de proteção livre do Hezbollah em áreas que ameaçam diretamente as cidades israelenses do outro lado da fronteira.
Várias colinas do sul do Líbano são significativamente mais altas do que as colinas do lado Israelense, o que permitiu que o Hezbollah disparasse diretamente contra as cidades Israelenses por vários meses, até que a ofensiva Israelense empurrou os terroristas para o norte.
Israel alertou que o Hezbollah tentará retornar à área da fronteira assim que as IDF se retirarem do Líbano, e colocou em dúvida a capacidade do exército Libanês (LAF) de impedir esse cenário.
Os relatos de que o governo Trump insiste no prazo de 18 de fevereiro surgiram logo após a visita de Morgan Ortagus, enviada especial adjunta dos EUA para o Oriente Médio, ao Líbano e a Israel no último fim de semana.
A mídia Israelense informou que ela inspecionou a área de fronteira e visitou os postos da IDF no Líbano com oficiais Israelenses e comandantes da IDF durante a visita.
No entanto, Ortagus enfatizou no Líbano que o prazo de 18 de fevereiro era uma “data firme”.
“O dia 18 de fevereiro será a data para a realocação sempre que os Israelenses - as tropas da IDF terminarem sua realocação”, disse ela na última sexta-feira.
“E, é claro, as tropas da LAF virão atrás delas. Portanto, estamos muito comprometidos com essa data firme”, disse ela, acrescentando que ‘voltarei bastante ao Líbano’.
Enquanto isso, o Presidente Libanês, Joseph Aoun disse aos EUA e à França que o Líbano insiste na retirada total das forças da IDF, inclusive das cinco posições no sul do Líbano, informou na quarta-feira o jornal Libanês Al-Akhbar, afiliado ao Hezbollah.
A reportagem acrescentou que o Líbano também rejeita uma proposta da França para assumir as cinco posições. Na quinta-feira, uma reunião das partes envolvidas em a-Naqoura, no sul do Líbano, deve resolver as questões remanescentes do posicionamento das forças internacionais e Libanesas na região.
Enquanto isso, o novo governo Libanês continua lutando para restabelecer suas autoridades em todo o estado. O jornal Saudita Asharq Al-Awsat informou que se espera que o governo remova a menção ao Hezbollah como protetor do Estado de suas diretrizes fundamentais.
No passado, o grupo terrorista fazia parte da chamada “equação tripla” para proteger o Líbano, que incluía “o exército, o povo e a resistência [Hezbollah]”.
Falando sobre seus planos futuros, o novo Primeiro-Ministro, Nawaf Salam, disse que pretendia implementar a Resolução 1701 da ONU, que é a base do atual acordo de cessar-fogo e estipula o eventual desarmamento do Hezbollah.
“Antes de tudo, trata-se de implementar o acordo de Taif, que enfatiza que o Estado deve impor sua autoridade sobre todo o território, mesmo antes da resolução 1701. O desarmamento ao sul do Litani deveria ter sido realizado anos atrás”, disse Nawaf.
"Estamos comprometidos com a retirada Israelense dentro do prazo e usaremos todos os canais diplomáticos para conseguir isso. O Líbano manteve todos os seus compromissos dentro da estrutura desse cessar-fogo.”