O presidente dos EUA, Donald Trump, assina documentos ao emitir ordens executivas e indultos para réus de 6 de janeiro no Salão Oval da Casa Branca no Dia da Posse em Washington, EUA, em 20 de janeiro de 2025. Foto: REUTERS
Enquanto o governo Trump inicia seu mandato com um turbilhão de atividades, o Oriente Médio ocupa um lugar central em sua nova política externa.
Depois de rescindir uma série de sanções impostas pelo ex-presidente Joe Biden a um grupo de colonos Israelenses, o Presidente Donald Trump anunciou na quarta-feira que os Houthis do Iêmen seriam novamente designados como terroristas.
O ex-Presidente Joe Biden havia decidido retirar a designação do grupo para facilitar a entrega de ajuda humanitária aos civis Iemenitas por meio de organizações da ONU e outros grupos.
A medida contra os Houthis foi bem recebida não apenas por Israel, que vem sofrendo ataques dos terroristas há mais de um ano, mas também pelos Emirados Árabes Unidos e pela Arábia Saudita.
Pouco antes do anúncio, Trump realizou sua primeira ligação telefônica com um líder estrangeiro desde que assumiu o cargo, ligando para o Príncipe Herdeiro saudita Mohammed bin Salman (MBS) em outro sinal da importância do Oriente Médio para o novo governo.
MBS disse a Trump que seu país aumentaria seus investimentos nos EUA em US$ 600 milhões durante o mandato do novo governo, de acordo com a agência de notícias estatal Saudita.
Os dois líderes provavelmente também falaram sobre o acordo de defesa entre os EUA e a Arábia Saudita, que vem sendo trabalhado há vários anos, e que também poderia incluir uma expansão dos Acordos de Abraão por meio de um acordo de paz entre Israel e o Reino Saudita.
Em uma rara aparição no Knesset na quarta-feira, o Ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, disse que as negociações continuam, mas negou que Israel tenha prometido aceitar um Estado Palestino em troca da paz com os sauditas.
“Sobre um Estado Palestino - não há nenhuma promessa nesse sentido”, disse Dermer.
A Arábia Saudita tem travado uma guerra intermitente contra os Houthis apoiados pelo Irã desde 2015.
Quando o grupo começou a atacar Israel em apoio declarado ao Hamas em outubro de 2023, também começou a lançar ataques contra a navegação comercial na costa do Mar Vermelho, atacando navios supostamente conectados a Israel, mas também à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos.
“Como resultado da política fraca do governo Biden, os Houthis dispararam contra navios de guerra da Marinha dos EUA dezenas de vezes, lançaram inúmeros ataques à infraestrutura civil de nações parceiras e atacaram embarcações comerciais que transitavam por Bab al-Mandeb mais de 100 vezes”, dizia a ordem de designação de Trump.
A ordem também instruiu o Departamento de Estado e a USAID a analisar toda a ajuda que flui para o Iêmen, com o objetivo de cancelar qualquer ajuda que possa beneficiar os terroristas Houthi.
Trabalhando com seus parceiros regionais, os EUA pretendem “eliminar as capacidades e operações dos Houthis, privá-los de recursos e, assim, acabar com seus ataques contra funcionários e civis dos EUA, contra parceiros dos EUA e contra a navegação marítima no Mar Vermelho".
Depois de aumentar consideravelmente seus ataques a Israel nas semanas que antecederam o cessar-fogo entre o Hamas e Israel, os Houthis pararam seus ataques desde então.
Na quarta-feira, o grupo libertou a tripulação do navio Galaxy Leader, depois de mantê-los presos por mais de um ano, e reiterou que pararia de atacar Israel e a navegação comercial enquanto o acordo entre o Hamas e Israel fosse mantido.
“Estamos sempre prontos para intervir imediatamente a qualquer momento em que o inimigo Israelense retome a escalada, os crimes genocidas e o cerco à Faixa de Gaza”, disse o líder Houthi Abdul Malik al-Houthi na segunda-feira.