Mahmoud Abu Watfa, Diretor Geral do Ministério do Interior do Hamas. Foto: REUTERS/Mohammed Salem
Os ataques aéreos surpresa de Israel durante a noite atingiram vários oficiais do alto escalão do Hamas, na tentativa de forçar o grupo terrorista a suavizar sua posição nas negociações, ou enfrentar uma renovação das operações terrestres.
De acordo com as primeiras informações da mídia Palestina, os oficiais do Hamas mortos no ataque foram: Mahmoud Abu Watfa, chefe da polícia e dos serviços de segurança interna do Hamas; Issam Da'alis, membro do gabinete político do Hamas; Abu Ubaida Al-Jamassi, chefe do comitê de emergência do Hamas; Bahjat Abu Sultan, alto funcionário do ministério do interior do Hamas; e Ahmad Al-Khatta, diretor-geral do ministério da justiça do Hamas em Gaza.
Mahmoud Abu Watfa era Diretor Geral do Ministério do Interior do Hamas e supervisionou os esforços para reconstruir o domínio do Hamas na Faixa de Gaza após a cessação das hostilidades, especialmente por meio do emprego de forças policiais para impor a obediência dos civis ao Hamas.
Os outros oficiais mortos estavam igualmente envolvidos na restauração do domínio do Hamas sobre a Faixa de Gaza, por meio da aplicação de medidas de policiamento e repressão a dissidentes.
No momento, os analistas Israelenses acreditam que o foco em alvos mais políticos, e não em comandantes militares, é uma tentativa de forçar o Hamas a suavizar sua posição nas negociações e concordar com a libertação de mais reféns Israelenses.
Nenhum dos ataques realizados no início desta manhã teve como alvo áreas onde Israel acredita que os reféns restantes estejam sendo mantidos.
Além disso, os ataques parecem fazer parte de uma estratégia de aumento da pressão, com a liderança de Israel observando para avaliar a resposta do Hamas antes de decidir sobre uma nova campanha terrestre.
No entanto, a liderança Israelense deixou claro que o retorno ao combate ativo é uma possibilidade iminente, se o Hamas não concordar em libertar mais reféns.
O Ministério da Saúde de Gaza, que é administrado pelo Hamas, afirmou inicialmente que pelo menos 232 pessoas foram mortas nos ataques. Mais tarde, o ministério divulgou uma declaração dizendo que 326 pessoas haviam sido mortas nos ataques.
O ministério não divulgou um detalhamento das mortes por idade ou sexo. O ministério não faz distinção entre militantes e civis e, durante a guerra, os pesquisadores apontaram irregularidades nos números de mortes do ministério.
Izzat al-Risheq, membro do gabinete político do Hamas, disse à CNN que Israel está sacrificando as vidas dos reféns restantes em Gaza ao retomar a guerra.
“A decisão de Netanyahu de voltar à guerra é uma decisão de sacrificar os prisioneiros da ocupação e uma sentença de morte contra eles”, disse al-Risheq em uma declaração à CNN. “O inimigo não conseguirá por meio da guerra e da destruição o que não conseguiu por meio de negociações.”
Várias famílias dos reféns restantes criticaram a decisão do governo de retomar a guerra em Gaza, dizendo que o “maior medo das famílias, dos reféns e dos cidadãos de Israel se tornou realidade”.
Há uma discordância até mesmo entre as famílias dos reféns sobre a melhor maneira de garantir o retorno dos reféns, com muitos defendendo negociações e acordos políticos, enquanto outros preferem uma nova pressão militar.
Os Estados Unidos parecem estar apoiando Israel na decisão de retomar os ataques, enquanto culpam o Hamas pela falta de progresso nas negociações.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Brian Hughes, disse que o grupo militante “poderia ter libertado os reféns para estender o cessar-fogo, mas, em vez disso, optou pela recusa e pela guerra”.