Palestinos em um mercado entre prédios destruídos na cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. (Foto: Abed Rahim Khatib/FLASH90)
Após uma reunião com funcionários da IDF e do Ministério da Defesa, o Ministro da Defesa Israel Katz anunciou na segunda-feira a formação de uma Administração de Imigração voluntária para ajudar a acelerar o processo que permitirá aos residentes de Gaza que desejarem emigrar da Faixa de Gaza para um terceiro país.
De acordo com uma declaração do Ministério da Defesa, espera-se que a nova Administração de Imigração “inclua representantes de outros ministérios do governo e órgãos do estabelecimento de defesa”, incluindo a IDF e o Coordenador de Atividades Governamentais nos Territórios (COGAT), para coordenar o processo que permitirá a transferência de residência para imigrar em um terceiro país.
A reunião incluiu o chefe do COGAT, major-general Rasan Elian, o Secretário Militar do PMO, major-general Roman Gofman, o Secretário Militar de Katz, Brigadeiro General Guy Markizano, o Chefe de Operações Humanitárias da IDF em Gaza, Brigadeiro General Elad Goren, e outras autoridades.
Anteriormente, Katz pediu à IDF que elaborasse um plano e começasse a fazer os preparativos para a emigração voluntária dos Palestinos de Gaza.
Naquela ocasião, Katz disse: “Os residentes de Gaza devem ter permissão para desfrutar da liberdade de saída e emigração, como é costume em todo o mundo. O Hamas usou os residentes de Gaza como escudos humanos e construiu infraestruturas terroristas no coração da população, e agora os mantém como reféns, extorquindo dinheiro deles usando a ajuda humanitária e impedindo-os de sair de Gaza”.
A nova administração lidará apenas com os residentes que desejarem deixar Gaza voluntariamente. A administração, juntamente com as agências de segurança Israelenses, conduzirá um registro controlado e verificações de segurança rigorosas para garantir que nenhum terrorista conhecido tenha permissão para sair de Gaza.
Katz enfatizou que esse é um processo de transferência voluntária e em total coordenação com os Estados Unidos e um terceiro país que concorde em absorvê-los. Atualmente, Israel e os Estados Unidos já estão em conversações com vários países que, discretamente, indicaram estar dispostos a receber alguns residentes de Gaza.
Segundo consta, Israel supervisionará todo o processo - desde a fase de saída de Gaza até a chegada ao terceiro país. Os residentes de Gaza deixarão a Faixa de Gaza por terra, pela passagem de Kerem Shalom, por ar, pelo Aeroporto Ramon, próximo a Eilat, ou por mar, pelo porto de Ashdod. O plano exige o estabelecimento de um sistema de transporte capaz de levar os residentes até as passagens, e a adaptação da infraestrutura para lidar com milhares de pessoas ao mesmo tempo.
O anúncio vem no contexto de uma proposta do Presidente dos EUA, Donald Trump, de imigração voluntária dos residentes de Gaza juntamente com a tomada da Faixa de Gaza pelos EUA.
Nas últimas semanas, o Presidente Trump fez várias declarações sobre seus planos para a Faixa de Gaza. Durante uma reunião com o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu no início deste mês, Trump anunciou que seu plano polêmico é evacuar todos os residentes da Faixa de Gaza para os países Árabes da região. Durante a coletiva de imprensa conjunta com Netanyahu, Trump disse que os EUA assumiriam a propriedade da Faixa de Gaza e supervisionariam a limpeza e a reconstrução da Faixa.
Na noite de segunda-feira, o Primeiro-Ministro Netanyahu reafirmou seu apoio à proposta de Trump para Gaza, declarando que nem o Hamas nem a Autoridade Palestina assumirão o controle do território.
"Assim como me comprometi a, no dia seguinte à guerra em Gaza, não haver nem Hamas nem Autoridade Palestina, estou comprometido com o plano do Presidente dos EUA, Trump, para a criação de uma Gaza diferente", dizia a declaração do gabinete de Netanyahu.
Antes do anúncio da proposta de Trump, o governo Israelense estava envolvido em conversas com o Egito, os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e outros estados Árabes sobre a administração da Faixa de Gaza após a guerra, enquanto a população Palestina permaneceria no local.
Embora Trump tenha sugerido que tanto a Jordânia quanto o Egito poderiam aceitar os Palestinos, os dois países negaram publicamente sua disposição de fazer isso. O Egito anunciou recentemente uma contraproposta ao plano de Trump.