Caminhões transportando ajuda humanitária e combustível continuam a entrar na região, pelo posto de fronteira de Kerm Abu Salim em Rafah, Gaza, em 13 de fevereiro de 2025. Foto de Ali Hamad/Reuters
O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu se recusou a permitir a entrada de casas móveis e equipamentos pesados na Faixa de Gaza, após a reunião do gabinete de segurança na noite de sábado, informou a emissora pública Kan na manhã de domingo.
A decisão de Netanyahu foi tomada a despeito dos termos do acordo de cessar-fogo, que estabelece que a reconstrução da infraestrutura começará já na primeira fase e estipula uma quantidade de equipamentos a serem trazidos para remover os escombros.
Segundo consta, os termos também incluem a entrada de materiais para a construção de cerca de 60.000 casas móveis e cerca de 200.000 novas tendas. Uma autoridade Israelense disse que a entrada de casas móveis na Faixa de Gaza seria discutida nos próximos dias e que Israel está em plena coordenação com os Estados Unidos.
"Após uma consulta de segurança realizada essa noite, liderada pelo Primeiro-Ministro, foi decidido que a questão da caravana será discutida nos próximos dias. Israel está totalmente coordenado com os EUA”, disse o funcionário.
Fotos e vídeos publicados em sites de notícias Árabes e nas mídias sociais na semana passada mostravam caminhões com casas móveis e tratores aguardando a aprovação de Israel para entrar na Faixa de Gaza.
As fotos e os vídeos provocaram indignação em Israel, especialmente depois que um vídeo nas mídias sociais pareceu mostrar casas móveis já dentro da Faixa. Fontes da administração civil disseram ao Jerusalém Post que o vídeo é falso e está sendo distribuído pelo Hamas para gerar discórdia entre a população de Israel.
O gabinete do Primeiro-Ministro também negou os relatos de que as casas móveis estavam entrando na Faixa de Gaza.
"Ao contrário dos relatos da mídia Árabe - não há caravanas prestes a entrar na Faixa de Gaza através da passagem de Rafah", escreveu o porta-voz de Netanyahu, Omer Dostri.
“Conforme o acordo com os mediadores, a passagem de Rafah é operada por uma força multinacional apenas para a evacuação dos habitantes de Gaza para o Egito e/ou para um terceiro país.”
Vários artigos de opinião na mídia Árabe e publicações nas redes sociais dizem que Netanyahu está atrasando a entrada das casas móveis e equipamentos em Gaza, a fim de aumentar o número de pessoas dispostas a fazer a emigração voluntária.
O Hamas citou a recusa em permitir a entrada das casas móveis e dos equipamentos pesados como uma violação dos termos do acordo e, inicialmente, anunciou um adiamento da libertação dos reféns, antes de concordar em libertar mais três reféns.
A reunião do gabinete de segurança de sábado foi supostamente para decidir a posição Israelense sobre a libertação dos reféns, após o ultimato do Presidente Trump na semana passada, exigindo a libertação de todos os reféns.
Enquanto isso, os países mediadores aumentaram a pressão sobre Israel e o Hamas, para que iniciem as negociações para a segunda fase do acordo.
Uma fonte Israelense que falou à mídia Hebraica disse que, para continuar a libertação dos reféns na primeira fase, Israel deve começar a conduzir negociações sérias sobre a próxima fase.
Conforme o acordo original, as negociações para a segunda fase deveriam ser concluídas no final da próxima semana. Entretanto, as negociações para a segunda fase ainda não começaram.
A mídia Israelense disse que Netanyahu não deu à equipe de negociação um mandato para iniciar conversas substanciais sobre a segunda fase do acordo de cessar-fogo, que prevê a libertação dos reféns restantes em troca de um cessar-fogo permanente.