Apoiadores libaneses do Hezbollah pró-iraniano jogam arroz em um jipe do exército libanês enquanto ele passa na cidade de Bint Jbeil, no sul do Líbano. 26 de janeiro de 2025, Foto de Marwan Naamani/dpa via Reuters Connect
Dezenas de oficiais das Forças Armadas do Líbano (LAF) vazaram informações de inteligência para o Hezbollah, permitindo que o grupo terrorista evitasse ataques israelenses e evitasse que os depósitos de armas fossem descobertos, de acordo com um relatório do The Times.
De acordo com os termos do cessar-fogo no Líbano, a LAF deve se posicionar no sul do Líbano, assumir o controle efetivo da área anteriormente controlada pelo Hezbollah e destruir sua infraestrutura restante.
Citando um relatório de inteligência internacional visto pela equipe do jornal, o relatório diz que dezenas de oficiais, incluindo Suhil Bahij Gharb, chefe da inteligência militar da LAF para o sul do Líbano, vazaram informações confidenciais para o Hezbollah.
Gharb, que, como a maioria dos membros do Hezbollah, é um muçulmano xiita do sul do Líbano, supostamente vazou informações de dentro de uma sala de controle do sistema de cumprimento do cessar-fogo, que inclui representantes dos EUA, da França, da ONU e de outras organizações internacionais.
O sistema deve impor a retirada do Hezbollah do sul do Líbano, transmitindo relatórios de infraestrutura terrorista, principalmente depósitos de armas, para a LAF, que deve destruí-los.
Nos últimos dois meses, as IDF reclamaram que apenas alguns dos alvos do Hezbollah que foram enviados ao sistema foram destruídos.
O relatório oferece uma explicação de como os relatórios de Israel podem ter chegado ao Hezbollah, permitindo que ele transfira armas para outros locais e evite ataques da LAF ou das IDF. Apesar do cessar-fogo, os militares Israelenses atacaram vários esquadrões do Hezbollah que, segundo eles, estavam transportando armas.
“O Hezbollah usa informações internas e confidenciais a respeito do exército Libanês, para ocultar suas ações das entidades internacionais encarregadas da segurança regional", citou o jornal no relatório de inteligência.
Apesar de os EUA e a França terem elogiado os esforços da LAF, o relatório diz que os vazamentos levantam dúvidas sobre a possibilidade de a LAF cumprir sua parte do acordo e assumir o controle da parte sul do país, ao mesmo tempo em que afasta o Hezbollah, que tem uma força de combate maior, mais bem equipada e mais experiente.
O Times citou fontes de segurança regionais que reconheceram que, embora os militares do Líbano tenham confiscado alguns depósitos de armas, os vazamentos permitiram que o Hezbollah mantivesse armas e combatentes perto da fronteira Israelense.
A LAF e a UNIFIL, a força de paz da ONU no sul do Líbano, não quiseram comentar a reportagem do The Times.
O prazo original para a retirada das tropas da IDF do Líbano expirou no domingo, 26 de janeiro. No entanto, nas últimas semanas, as autoridades Israelenses reclamaram repetidamente sobre o ritmo lento de implantação da LAF, enquanto os soldados Israelenses continuam encontrando mais armas do Hezbollah.
No domingo à noite, a Casa Branca anunciou que “ O acordo entre o Líbano e Israel, monitorado pelos Estados Unidos, continuará em vigor até 18 de fevereiro de 2025”.
No domingo, pelo menos 22 pessoas foram mortas e mais de 100 ficaram feridas pelas IDF no sul do Líbano, quando as tropas abriram fogo contra multidões de Libaneses, muitos deles carregando bandeiras do Hezbollah, que tentavam voltar correndo para suas cidades.
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