Familiares de Israelenses mantidos como reféns na Faixa de Gaza e ativistas protestam pela libertação de todos os reféns que estão em Gaza, em frente ao gabinete do Primeiro-Ministro em Jerusalém, em 11 de fevereiro de 2025. (Foto: Yonatan Sindel/Flash90)
Após repetidas ameaças dos EUA e de Israel, o Hamas declarou, na tarde de quinta-feira, sua decisão de continuar o acordo de libertação de reféns em troca da libertação de prisioneiros palestinos.
"As conversações foram caracterizadas por um espírito positivo, e os irmãos mediadores do Egito e do Qatar confirmaram que acompanhariam tudo isso para remover os obstáculos e fechar as lacunas."
“Assim, o Hamas confirma sua posição contínua de implementar o acordo, conforme o que foi assinado, incluindo a troca de prisioneiros de acordo com o cronograma especificado", diz o comunicado.
Ainda há incertezas sobre como o Presidente Trump reagirá, mesmo que o Hamas liberte os três reféns programados para o sábado.
Em seu ultimato na terça-feira, Trump disse que o Hamas deveria libertar todos os reféns até o meio-dia de sábado. Por sua vez, o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ameaçou que os combates "intensos" seriam retomados a menos que o Hamas "devolva nossos reféns até o meio-dia de sábado".
Há vários dias, o Hamas anunciou que estava adiando indefinidamente a próxima libertação de reféns devido a violações não especificadas do cessar-fogo por parte de Israel. Na manhã de quinta-feira, vários relatórios sugeriram que o conflito estava próximo de ser resolvido.
O jornal Libanês Al Akhbar informou que as conversas no Cairo entre os delegados do Hamas e os oficiais da inteligência egípcia “foram positivas”, enquanto o Al-Araby Al Jadeed (The New Arab), de propriedade do Qatar, citou fontes egípcias que afirmaram que “as coisas (estão) caminhando para um avanço”.
Um canal de mídia social associado ao Hamas anunciou na manhã de quinta-feira que “Toda a ajuda humanitária está entrando na Faixa de Gaza, incluindo o norte da Faixa de Gaza”, indicando que parte do problema pode ter sido relacionado à entrada de ajuda humanitária.
Ao mesmo tempo, uma reportagem do Walla News disse que Israel transmitiu uma mensagem ao Hamas na quarta-feira dizendo que, se o grupo terrorista libertar os três reféns programados para serem libertados no sábado, Israel consideraria o acordo como ainda ativo e continuaria a implementar sua parte do acordo.
Caminhões transportando ajuda se movimentam, em meio a um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 13 de fevereiro de 2025. (Foto: REUTERS/Hussam Al-Masri)
Uma autoridade sênior disse ao Walla que o risco de colapso do acordo diminuiu ligeiramente em relação à terça-feira, mas o acordo continua instável.
"Estamos trabalhando duro com os mediadores para colocar o acordo de volta nos trilhos", disse a autoridade Israelense.
Na noite de terça-feira, o Canal 13 informou que Netanyahu disse na reunião do gabinete que Israel não discutiria a segunda fase do acordo após a declaração do Hamas adiando a libertação dos reféns.
“Não há sentido em discutir a segunda fase porque é apenas uma questão hipotética no momento”, disse Netanyahu.
Fontes Palestinas disseram ao canal Saudita Al-Sharq que os mediadores mantiveram discussões intensas, e um compromisso inicial Israelense foi alcançado para implementar as provisões do protocolo humanitário da primeira fase, a partir da manhã de quinta-feira.
A fonte observou: “Estamos aguardando a aprovação dos mediadores para o acordo de Israel para começar a trazer caravanas, tendas, combustível, equipamentos de engenharia pesada, medicamentos e materiais para a renovação de hospitais e tudo relacionado ao protocolo”.
Mais tarde, uma outra fonte Palestina disse ao canal Saudita que os mediadores haviam dito ao Hamas para evitar qualquer provocação aos Estados Unidos ou a Israel. Os mediadores também expressaram seu compromisso de rejeitar a proposta do Presidente Donald Trump para que os EUA “assumam o controle” de Gaza, permitindo a emigração voluntária de todos os habitantes de Gaza interessados em sair.
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Segundo informações, as autoridades Egípcias também expressaram seu compromisso com a continuidade do cessar-fogo, exigindo que o número acordado de caminhões de ajuda, tendas e máquinas para limpar os escombros fosse trazido. O Egito também expressou sua disposição de permitir que os habitantes de Gaza feridos saiam permanentemente.
As fontes Palestinas disseram ao Al Sharq que o Hamas estava aguardando a confirmação do compromisso de Israel em continuar a ajuda antes de divulgar os nomes dos reféns.
“Estamos aguardando a aprovação dos mediadores para o acordo de Israel para começar a trazer caravanas, tendas, combustível, equipamentos de engenharia pesada, medicamentos e materiais para a renovação de hospitais e tudo relacionado ao protocolo [humanitário]”, disse a fonte à Al Sharq.
O canal Al Arabi, do Qatar, informou que caminhões com barracas entraram no norte da Faixa de Gaza pelo cruzamento de Zikim na manhã de quinta-feira.
No entanto, o governo israelense negou que qualquer equipamento pesado ou caravanas (abrigos pré-fabricados) estivessem entrando na Faixa nesse momento.
